terça-feira, 28 de junho de 2011

Como empreender na empresa em que trabalha?

Já tratamos daqueles que precisam sobreviver ao cotidiano corporativo enquanto não conseguem abrir o próprio negócio, e navegando na mesma temática, abordamos sobre a preparação necessária para aqueles que estão arrumando as malas para puxar o carro dos próprios empregos, e pretendem se atirar na perigosa, mas fascinante, aventura do livre empreendedorismo.

Nas duas situações, o texto foi dirigido para aqueles que, de uma forma ou outra, não encontram nos ambientes corporativos tradicionais um caminho de realização. Não conseguem, a bem da verdade, enxergar ali o seu futuro.

Contudo, o conceito de empreendedorismo, dependendo do enfoque, pode adquirir características bastante amplas e universais. Assim, podemos encarar como empreendedores, todos aqueles que assumem uma atitude ativa, estimulante e inovadora (sempre com uma boa dose de inconformismo) diante da sua atividade profissional, seja ela exercida em uma empresa, em uma entidade do terceiro setor, no próprio serviço público ou em qualquer outro lugar onde a iniciativa e o senso de realização possam brotar, e de preferência, resultar em justas recompensas.

Mas não é fácil trilhar esse caminho, onde muitas vezes a passividade, os jogos de poder, a resistência ao novo e a uma atitude incomum como essa, podem se transformar em enormes obstáculos para a realização dessas pessoas, que legitimamente assumem não ter o perfil para correr os riscos que um negócio ou uma iniciativa própria representam, preferindo empreender nos seus próprios empregos.

Sendo assim, seguem aqui algumas dicas que podem ajudar:

1- Vá com calma, não avance com tanta sede para não despertar resistências. Entenda que o seu perfil profissional não é comum, e muitas vezes, pode ser encarado pelos acomodados como uma fonte de chateação e mais trabalho.

2- Cuidado com os seus superiores. Caso o seu senso de iniciativa ganhe espaço e visibilidade, poderá atrair a ira daqueles que são mais inseguros ou incompetentes, e uma vez que se sintam ofuscados, levantarão todas as barreiras e dificuldades, isso se não decretarem a sua morte profissional.

3- Mas caso tenha um chefe competente e que compartilhe os mesmos valores, recomendo que se transforme em um aliado de confiança. Ele certamente agradecerá, pois eventualmente enfrenta com os próprios superiores, as mesmas barreiras que você está tentando evitar.

4- Tente avançar a margem dos jogos e escaramuças de poder. Isso toma tempo, é cansativo e cria inimizades. Lembre-se, você precisa avançar discretamente.

5- Elabore seus projetos internos com riqueza de detalhes, e planeje o momento certo para tirá-los da gaveta, sem esquecer de envolver os possíveis aliados.

6- Ao elaborar seus projetos, pense de que forma vai obter a sua justa recompensa, caso sejam implementados e bem sucedidos.

7- Fuja de generalizações, das superficialidades corporativas e das modinhas de gestão. No lugar disso, conquiste uma imagem real de disciplina, profundidade nos argumentos e capacidade de realização. Isso ajudará a espantar muitos opositores, que dopados com o próprio e eterno blá, blá, blá, encontrarão dificuldades para rejeitar suas ideias.

8- Adquira conhecimento profundo sobre seus temas de interesse. Organize as informações de forma que possa acessá-las com facilidade, em benefício dos seus argumentos e defesas.

9- Tenha paciência. Como nada é perfeito nessa vida, no lugar dos riscos do livre empreendimento e do negócio próprio, terá que enfrentar a sua própria ansiedade, e construir alianças e apoiadores com perseverança e disciplina.

10- Desenvolva uma eficiente gestão do próprio tempo, e o encare como seu principal recurso, uma vez que terá de enfrentar as rotinas cotidianas.

É isso, de fato você não precisa se demitir para se tornar um empreendedor, mas tenha sempre em mente que todo esse esforço deverá trazer alguma recompensa, e caso, no lugar disso só lhe traga desgaste e dor de cabeça, sem um único centavo a mais no bolso, bem, então saiba que chegou a hora de repensar suas opções e começar a admitir a ideia de cair fora, ou quem sabe, encarar a aventura da sua própria empresa.

Boa sorte!

Gustavo Chierighini, da Plataforma Brasil

Fonte: Blog Saia do Lugar

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