sexta-feira, 27 de maio de 2011

Gestão do Valor da Sustentabilidade

O senso comum está cada vez mais afeito à máxima de que não existe empresa que vá bem em um contexto que vá mal, seja em uma região, país ou no mundo como um todo.

Por DOM Strategy Partners

O senso comum está cada vez mais afeito à máxima de que não existe empresa que vá bem em um contexto que vá mal, seja em uma região, país ou no mundo como um todo.

A compreensão da necessidade de se evoluir da simples busca por rentabilidade, lucratividade e demais indicadores puramente financeiros para um horizonte mais amplo de mensuração de resultados corporativos, que contemple os aspectos sócio-ambientais como parte do bottom line das empresas (triple bottom line), tem se tornado quase imperativa às companhias que desejam competir com excelência.

Para ser verdade, essa compreensão deve permear desde os objetivos estratégicos da organização, até sua consciência, processo decisório e cultura corporativa.

A crescente monitória e exigência externa por parte de governos, sociedades e pela própria cadeia de valor (stakeholders em geral) são fatores de impulso desta tendência; porém, tal mudança no mindset e práticas das empresas não ocorre por altruísmo ou bondade incondicional, mas sim porque traz resultados econômicos (e financeiros!) para a empresa, para seus clientes e para seu entorno, em um ciclo virtuoso de ganha-ganha.

Empresas pioneiras como 3M, BASF, Dell, GE, HP, Petrobras e outras que fazem parte de índices como o Dow Jones Sustainability Index investem cifras representativas de seus orçamentos na consecução de um triple bottom line bem equilibrado.

Entretanto, apesar da crença que o ganha-ganha generalizado acontece efetivamente ser um consenso amplamente aceito, ainda não é forte o suficiente a ponto de convencer totalmente os stakeholders acionistas, sejam eles grandes fundos de private equity ou minoritários que investem o residual de sua renda mensal, a defenderem arduamente esses investimentos.

Apesar da dificuldade e complexidade de se estabelecer uma correlação direta entre as variáveis e indicadores de resultado tangível e o grau de impacto intangível das diversas ações, projetos e iniciativas de Sustentabilidade, não há, de fato, impossibilidade para que isto seja feito de forma racional e científica.

Porém a exatidão e confiabilidade de um modelo de gestão de Sustentabilidade particularizado ao contexto e objetivos de uma empresa são obtidas através de um processo recorrente (e histórico) de análise e ajuste fino de conceitos e premissas.

Diante de tal dificuldade aparente (que se limita à aparência) e ausência de visão sistêmica e de perenidade corporativa, as empresas optam por nada gerenciar e incorrem em um erro fundamental. Nesse contexto, o ótimo é inimigo do bom.

Assim como os orçamentos de RH, Marketing, TI e demais áreas "meio" das corporações, os investimentos em Sustentabilidade devem ser encarados exatamente dessa forma: como investimentos (ainda que intangíveis), que trazem resultados tangíveis no médio e longo prazo, e não como custos ou despesas, como prega o hábito economês para tudo o que não é tão linear ou não traz um racional "óbvio" de ROI imediato.

A superação dos paradigmas do que o termo "valor" significa, associada à transparência e racionalidade na prestação de contas sobre os resultados dos investimentos em Sustentabilidade é condição sine qua non para que os vetores sócio-ambientais passem a fazer parte da equação de valor das empresas.

Se esta demanda ainda não é uma necessidade urgente em sua empresa, certamente é premente. Aliás, não espere baterem em sua porta cobrando esse tipo de "número", pois pode ser tarde demais.

Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/gestao-do-valor-da-sustentabilidade/52761/

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